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Giovana Cordeiro: ‘Aprender a lidar com a autocobrança me ajuda a controlar a ansiedade’

 No Papo de Beleza, a protagonista de 'Fuzuê' Giovana Carreira conta como o autocuidado é a chave para sua saúde física e mental e dá detalhes sobre seu processo de transição capilar para recuperar os cachos.

Aprender a lidar com a autocobrança me ajuda a controlar a ansiedade’ — Foto: Reprodução/Instagram

No ar em “Fuzuê”, no papel de Luna, Giovana Cordeiro celebra com carinho sua trajetória na TV. A atriz, que fez seu primeiro trabalho em Dois Irmãos, em 2017, agora vive sua primeira protagonista, na novela das 19h, na Rede Globo.

“Percebo um amadurecimento muito grande para lidar com as situações da profissão e para saber também o que quero, porque já consegui experimentar alguns caminhos e entender em que lugar me identifico. Aprendi a ter confiança no processo e em mim mesma”, diz em entrevista a Marie Claire.

Apesar de estar em um lugar de destaque, Giovana conta que a ansiedade é uma questão com a qual precisa lidar diariamente. “Sei que me empenho para entregar um bom trabalho, isso me alivia muito. Não estou aqui de bobeira, não faço nada de qualquer jeito. Ainda me cobro, mas de uma forma mais gentil”, afirma.

No Papo de Beleza, ela fala sobre sua carreira, como o autocuidado é a chave para sua saúde física e mental e dá detalhes sobre seu processo de transição capilar. 

PAPO DE BELEZA

MARIE CLAIRE Como é a sua relação com a beleza hoje em dia?

GIOVANA CORDEIRO A beleza é relativa demais. Obviamente, há um padrão social, que representa o que é belo de acordo com o senso comum. Mas o que me interessa é a beleza que tem a ver com um ponto de vista individual, o que cada pessoa vê e assimila como bonito. Gosto muito disso, por isso acho que tem a ver com capricho, cuidado, zelo. Esses são pontos fundamentais para a minha relação comigo mesma.

MC Sempre foi assim?

GC Eu me recordo de ser uma adolescente muito insegura. Apesar de ter momentos e situações onde me sentia bonita, sentia que eu não tinha uma beleza que era facilmente reconhecida. Tinha essa impressão de que as pessoas tinham que me conhecer para me achar bonita. E isso pode ser muito cruel, dependendo da forma como você assimila essa sensação. Não me reconhecia como bonita em determinadas situações. Comecei a trabalhar com 15 anos, então comecei a me introduzir nesse mercado de fazer book e aí começaram as comparações. Nessa fase, já me considerava bonita para começar a trabalhar com moda, mas também havia uma sensação de não estar preparada e de não ter o corpo ideal para estar naquele lugar. Foi muito complicado. E é muito louco pensar nisso, porque eu comecei a questionar as minhas curvas muito cedo e isso me deixava muito insatisfeita com o meu próprio corpo. Foi assim até eu começar a fazer teatro, porque mudou muito a minha visão em relação aos meus “limites” corporais. Entendi que não era grande demais, nem pequena demais, nem magra demais. E aí eu fui fazendo as pazes comigo mesma.

MC Seu primeiro trabalho como atriz de novela foi em 2017. Como você vê o caminho que te trouxe até ser a protagonista de “Fuzuê”?

GC É curioso pensar nisso, porque há uma certa desmistificação, especialmente nesse caso, que era um sonho florido de criança. Quando assumi o papel já tinha uma experiência, então já sabia o que podia me esperar, mas é muito delicioso também realizar um sonho e descobrir os dois lados da moeda. Saber que estou conquistando espaços também é muito legal. Percebo um amadurecimento muito grande para lidar com as situações da profissão e para saber também o que quero, porque já consegui experimentar alguns caminhos e entender em que lugar me identifico. Aprendi a ter confiança nesses caminhos. Nesse tempo todo, fui construindo essa confiança em mim e na profissão.

MC Sendo protagonista, você tem uma rotina muito intensa de gravações. Rola uma ansiedade por conta do trabalho?

GC Já tive muita. Hoje em dia, me surpreendo com a calma que estou tendo para realizar algumas coisas. Eu sempre preciso tomar cuidado, porque gosto de abraçar o mundo. Acho que vou conseguir dar conta de fazer muitas coisas ao mesmo tempo e, às vezes, me vejo muito cansada e sem conseguir. Mas entendo que estou em um momento de destaque, então aproveito. Mas aprender a lidar com a ansiedade foi um processo. Quando fiz “Mar do Sertão”, tudo era muito novo para mim, principalmente a intensidade da rotina, que precisava se encaixar na minha nova vida. Nesse período, tive alguns momentos que não foram legais. Agora, tento sempre ter conversas francas e diárias comigo mesma para me livrar de qualquer culpa. Sei que me empenho para entregar um bom trabalho, isso me alivia muito. Não estou aqui de bobeira, não faço nada de qualquer jeito. Quando algo sai como eu não esperava, sigo em frente e não fico remoendo o passado. Saber aprender a lidar com as minhas próprias cobranças me ajuda muito a lidar com a ansiedade. Ainda me cobro, claro, mas de uma forma mais gentil. Não fico mais ansiosa a ponto de ter sintomas físicos, como aperto no peito e falta de ar. Não adoeço.

MC E o que faz para cuidar da saúde mental?

GC Acho fundamental estar perto de pessoas que me fortaleçam, porque são elas que me lembram do meu valor de verdade e do meu propósito. A minha família exerce muito esse papel. Também faço terapia e não abro mão. Gosto de me cuidar energeticamente, fazer reiki, usar cristais e meditar.

MC Você vai desfilar no Carnaval deste ano, como musa da Unidos do Porto da Pedra. Como tem preparado o corpo para essa rotina?

GC Estou muito animada! Amo dançar, amo samba. Tenho me dedicado muito a fazer o melhor que posso. Além dos movimentos do corpo, também tenho estudado muito a música e o enredo da escola. Estou treinando bastante para aguentar o ritmo e sambar por toda a avenida. Faço musculação, com foco na posterior e no glúteo, focados para essa desenvoltura.

MC Você passou pela transição capilar, em 2020, e criou um movimento de incentivo para outras mulheres que desejavam seguir o mesmo caminho. O que te levou a começar o #AguentaFirme?

GC Eu gosto muito de falar de autoestima. Não dando regras, mas com abertura para trocas e discussões. Quando passei pela transição capilar, entendi que existia uma carência sobre esse assunto. Então, comecei a compartilhar isso nas redes sociais com outras mulheres e foi acontecendo, de maneira muito natural, e virou uma corrente de apoio. Falava para as meninas compartilharem fotos de seus processos com a hashtag #AguentaFirme e isso se tornou uma rede muito grande. Recebi muitas mensagens de pessoas dizendo que passaram pela transição por minha causa. Fico feliz de ter incentivado essa influência positiva. Hoje, as crespas e cacheadas já contam com muitas informações sobre seus próprios cabelos e acesso aos cuidados. Fico muito feliz de não estarmos mais na escuridão.

MC Pelo que você preza mais na sua rotina de beleza?

GC Alimentação, sem dúvida. Não deixo a correria afetar a forma com a qual me alimento. Toda hora tento compensar e equilibrar para me manter saudável. Isso me ajuda a estar bem fisicamente e aguentar a rotina intensa.

Fonte: revistamarieclaire